Adeus, Capitão

O “capitão” Krohokrenhum, líder do povo indígena Gavião, do sul do Pará, que morreu em 2016 aos noventa anos, conta para suas filhas e netas as guerras internas entre grupos de seu povo até a transferência dos sobreviventes para a gleba Mãe Maria, extenso castanhal próximo a Marabá. Lá, eles sofreram abusos da própria agência tutelar, a Funai, que promoveu trabalho escravo na coleta de castanha. No fundo do poço, Krohokrenhum confessa: “Eu era só cachaça, nosso mundo tinha acabado”. Depois de uma rebelião, nos anos 1980, os Gavião assumiram a gestão do castanhal e conquistaram autonomia financeira. O “capitão” empreendeu, então, a reconstrução de seu mundo.

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